Sabe uma tal "capelinha de melão" de São João (dia 24), feita com a fruta melão, que tem circulado nas redes sociais? Então... "ISSO NON ECXISTE!", meu povo... acorda! hehe
Queria registrar é que "capelinha de melão", de fruta não existe, como "tradição europeia", ou "tradição de Portugal", como estava escrito em várias das imagens.
Embora alguns tenham "se surpreendido", e eu realmente não saiba quem foi que "inventou" essa "leitura" da canção folclórica, não existe essa "tradição"!
Isso só "entrega" a falta de conhecimento das tradições... Laura Della Mônica, com quem tive inesquecíveis aulas da disciplina "Folclore e Cultura Popular" (na faculdade! Literalmente no século passado, hehe) já chamava a atenção para isso... essa coisa de 'inventar tradições'. Quer inventar uma tradição? Que o faça sem "destruir" outra!
A 'capelinha de melão', da canção, não é o diminutivo de capela, muito menos é feita com melão.
Particularmente penso que se os "gênios" da "interpretação" tivessem ao menos LIDO POR ALTO ao Câmara Cascudo, antes de sair produzindo essas "pavorozidades" em melão, saberiam que o termo 'capelinha de melão' designa um "grupo de foliões dos festejos populares sanjoanenses, ornados de capelas de folhagens, marchando em grupos em demanda do milagroso banho, e de volta em animadoras passeatas. É portanto, um folguedo popular em um pequeno povoado". Em Portugal "capela pode ser uma coroa de flores ou folhas. Como na canção a coroa pode ser de cravo, de rosa ou de manjericão". E se realmente se interessassem pelo folclore brasileiro, também saberiam que em Caraúbas, RN "a capela é uma pequena coroa de flores feitas com flores do melão-são-caetano, que eram usados como ornamento nesses folguedos".
Antes de "esparramar" uma bobagem, informe-se!
É um desserviço à cultura popular, brasileira, europeia, de qualquer lugar, esse tipo de coisa, né?
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Profa. Dra. Jurema Sampaio.
Editora
Revista Digital Art&
- CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro - EdiOuro Publicações S.A. São Paulo, s/d.
- GURGEL, Deífilo. Espaço e Tempo do Folclore Potiguar. Departamento Estadual de Imprensa-Natal/RN, 2001.
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