quarta-feira, 10 de abril de 2013

Colóquio na Belas-Artes promove debate interdisciplinar sobre corpo em movimento na arte

Fonte: https://www.ufmg.br
Movimentos interdisciplinares: Corpo, gesto e cognição é o tema de colóquio que a Escola de Belas-Artes realiza nos dias 12 e 13 de abril (sexta e sábado). O objetivo é abordar de forma interdisciplinar o corpo em movimento na arte.

Dirigido a alunos de graduação e pós-graduação das áreas das áreas da dança, teatro, psicologia, educação física, música, neurociências, letras e comunicação, o evento é promovido pelo Laboratório de Estudos do Corpo, Cognição e Afetividade em Artes Cênicas (LECCAC) e pelo Laboratório de Estudos do Gesto e Cognição (GestoLab).

Segundo os organizadores, o colóquio contará com a presença de pesquisadores de diversas unidades da UFMG, Unincor/BH e PUC-SP. Serão seis espaços temáticos, no formato de mesas-redondas, com apresentação de pesquisas, reflexões e processos de criação, seguidas de debates.

Os laboratórios
O Laboratório de Estudos do Corpo, Cognição e Afetividade em Artes Cênicas (LECCAC), coordenado pela professora Mônica Medeiros Ribeiro, dedica-se a estudos acerca da experiência corporal nas práticas cênicas com o objetivo de fomentar a construção de conhecimento em arte e os processos interdisciplinares de pesquisa. Entre seus objetos de interesse estão a noção de experiência na prática corporal artística; o estudo da cognição, embodied cognition, e do afeto no âmbito das artes cênicas; estudos de processos de criação, processos de treinamento corporal em artes, entre outros.

O Laboratório de Estudos do Gesto e Cognição (GestoLab), coordenado pela professora Ana Cristina C. Pereira, propicia aos seus integrantes condições de vivenciar espaço catalisador do processo de construção de conhecimento na área de arte a partir da experimentação, discussão e reflexão de investigações sobre as relações entre gesto e embodied cognition. O laboratório tem como principais focos estudos históricos do gesto; gesto, linguagem e cognição; linguagem corporal no contexto da educação infantil; papel das metáforas e analogias na construção do gesto artístico de dança, entre outros.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no primeiro dia do evento. Outras informações pelo telefone 3409-5256, no Centro de Extensão da Escola de Belas-Artes.

Conheça a programação:

12 de abril 
9h
Credenciamento

9h30min às 10h
Abertura: professora Ana Cristina C. Pereira e professora Mônica Ribeiro

10h às 11h30
Mesa-redonda – Pesquisa em Artes e Interdisciplinaridade
Mediador: Professor Arnaldo Leite de Alvarenga

Música e movimento – Professor Maurício Loureiro/Ieat e Escola de Música
A partir da hipótese de uma relação entre experiência musical e energia acústica, representações musicais do movimento serão ilustradas com excertos da literatura da música ocidental. Assumindo que o corpo exerce papel central em qualquer atividade musical, tentativas de análises empíricas dos diferentes níveis de acoplamento do corpo com a música serão também discutidas.

Experiências com a Mímica Corporal Dramática para um laboratório de pesquisa prática de atuação – professora Bya Braga/EBA
Como a experiência artística com a arte Mímica Corporal Dramática, criada por Étienne Decroux, pode colaborar para a constituição de uma pesquisa no campo do teatro físico contemporâneo, em especial sobre a atuação? O que trazemos aqui é uma apresentação sobre nossa busca de uma atitude de pesquisa de ator inspirados nestas referências decrouxianas.

14h às 15h30
Mesa-redonda: Cognição e Arte
Mediadora: professora Mônica Ribeiro

Cognição & arte: Diálogos possíveis – professor Antônio Lúcio Teixeira/Medicina
Razão e emoção são tradicionalmente consideradas dimensões distintas da experiência artística. Entretanto, essa distinção é arbitrária. Os processos ditos cognitivos e as reações emocionais emergem de circuitos neurais que se superpõem em larga medida. Reconhecer isso permite ampliar as fronteiras do ensino e da prática da arte.

Cognição imaginativa – professora Lucia Gouvêa Pimentel/EBA
A elaboração e a fruição de produções artísticas dependem da articulação entre a percepção, a imaginação, a emoção, a investigação, a sensibilidade e a reflexão. A imaginação tem papel fundamental da concepção cognitiva em arte, porque desenvolve sentidos por meio de metáforas. O tensionamento entre imaginação e imagem pode ser considerado uma operação cognoscível.

Intervalo - 15h30 às 16h

16h às 17h30
Mesa-redonda: Imagens do corpo e processos de criação
Mediador: professor Paulo Baeta

Sobre gestos de imagens: deslocando pensamentos – professora Mônica Toledo/Fafich
O gesto audiovisual de movimentos de câmera, olhares de personagens, opções cênicas e de montagem e tempo de pequenos acontecimentos vem qualificar pensamentos que no corpo geram ações ainda disformes. Narrativas simultâneas e inconclusas, que melhor representam estas performances, serão comentadas em processos da criação videográfica da pesquisadora.

Movimento e criação em arte – professora Gabriela Christófaro
A arte gera ensino de arte? Essa pergunta orienta uma reflexão sobre o processo de criação na prática docente em dança. Considerando a arte como uma área de conhecimento e a criação como um elemento estruturante para o artista, o que indica que um processo de criação possa ser considerado como uma experiência de conhecimento?

13 de abril
9h30 às 11h30
Mesa-redonda: Gesto, metáfora e cognição
Mediadora: professora Ana Cristina C. Pereira

Referência e língua de sinais – professora Maria Luiza Cunha Lima/Letras
Neste trabalho vamos discutir como as línguas de sinais usam o espaço ao
redor do corpo para fazer referência a entidades do mundo. Em especial,
mostraremos como a língua de sinais brasileira (Libras) realiza a
introdução e retomada de referentes definidos fortes e fracos. Discutiremos
como o estudo de uma língua de sinais pode iluminar os processos de
referência.

A metáfora corporificada e sua função para o jogo de linguagem, ‘duelo verbal’, no Hip Hop – professora Ulrike Schröder/Letras
Introdução à Teoria Cognitiva da Metáfora segundo Lakoff e Johnson (1980/2003), com apresentação de estudo comparativo sobre uma metáfora central do gênero musical rap: a vida (do mc) é guerra. Mostraremos quais as funções comunicativas que esta metáfora assume em dependência do seu local cultural.

14h às 15h30

Palestra: O corpo e a cognição nas artes do Japão – professora Christine Greiner /PUC-SP
A concepção de corpo no Japão sempre foi mestiça, nascendo de uma combinação muito particular entre a medicina chinesa e o budismo Mahayana. Quando se fala nas artes do Japão, não é diferente. Há uma multiplicidade de corpos e hibridismos entre Oriente e Ocidente que transitam das delicadas gueixas aos lutadores de caratê, dos atores (onnagata) do kabuki aos dançarinos de butô, das bonecas sexuais aos personagens de animê e mangá. O objetivo da palestra é apresentar algumas dessas singularidades sem reduzi-las à análise de gestos padronizados, mas tendo em vista enfatizar alguns modos de percepção que partem de formulações distintas da cultura centro-europeia, fortemente impregnada pela teologia cristã, por alguns estereótipos da natureza humana (o bom selvagem, a tábula rasa e o fantasma na máquina) e pela dualidade entre biologia e cultura.

Intervalo: 15h30 às 16h

16h às 17h30

Mesa-redonda: Psicomotricidade e o Movimento Dançado
Mediador: professora Gabriela Christófaro

O movimento dançado – Rodrigo Otávio Dias Araújo/médico do Hospital São Francisco e Minas Tênis Clube
Conceituar cinemática, cinética e o corpo do indivíduo que dança, passeando pela epidemiologia das lesões específicas do artista. Ilustrar através de casos clínicos a prática da dança e sua (in)salubridade, a repercussão no binômio saúde-doença.

Psicomotricidade na dança – professor Amadeu Roselli-Cruz
Do recém-nascido à bailarina que dança, há uma progressão das atividades reflexas para aquelas aprendidas, ensaiadas, afetiva e cognitivamente sentidas e elaboradas. O primeiro passo de uma criança tem a excitação do primeiro voo do pássaro que se joga do alto do rochedo. Seus reflexos cuidam do resto até pousar abaixo. Até o voo da bailarina no palco, o sistema nervoso amadureceu e o afeto e a cognição ganharam importância. Pode-se começar e terminar o voo com afeto, desejo e precisão.

18h – Encerramento

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